Subitamente, o improvável: um bando de gaivotas entusiasmadas rodopiava sobre a duna,mesmo em frente da rocha furada. Aproximou-se um carro e dele saiu uma mulher de corta-vento azul que foi recebida por guinchos agudos .
Abrandei a marcha e dirigi-me à mulher que abria um saco de plástico. Inacreditável: as gaivotas esperavam o seu lanche. O segredo era esse: o lanche. Pedacinhos de restos de comida criteriosamente escolhida e cortada. Perguntei-lhe se era habitual alimentá-las. Que sim, que as conhecia há que tempos, a mim é que não e lá me apresentei. Trata-se de uma senhora belga que mora na Longueira há anos- Mme Delacourt- , apaixonada pela zona, mas um pouco desiludida com as alterações climatéricas.
Pedi-lhe autorização para fotografar e para publicar, desanimando perante o facto de só ter levado o telemóvel. O vento doía naquele fim de tarde e fomo-nos afastando do local, até que ela se imobilizou lançado um “Ohhh!Desculpe, tenho de voltar atrás para me despedir delas.”
Aquela era a verdadeira comunhão com a natureza.
Que acaso tão interessante? Gostei das fotos.
ResponderEliminarUm beijinho